Americanas decide vender Hortifruti; Vports anuncia reajuste de 1.600% em taxas do Porto de Vitória
Resumo dos jornais desta quarta-feira (22)
Venda. A Americanas incluiu o Hortifruti Natural da Terra na lista de empresas que serão vendidas para equilibrar as contas do grupo. Há um mês, a empresa havia negado a possibilidade diante dos rumores do mercado, mas a dívida de R$ 43 bilhões da companhia exigiu um plano de recuperação mais agressivo. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Além do Hortifruti, a Americanas também colocará à venda o grupo Uni.co, a VEM Conveniência e o jato da empresa. O plano prevê, ainda, um aporte de R$ 10 bilhões dos acionistas. A empresa tem 150 dias para convocar uma assembleia e aprovar as medidas. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Reação. O jornal O Globo apurou que o Hortifruti já atraiu a atenção do mercado. A rede Carrefour, a gestora Pátria e a rede de supermercados fluminense Zona Sul demonstraram interesse na aquisição. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Negociação. Adquirida em 2021 por R$ 2,1 bilhões, a rede Hortifruti é a maior varejista especializada em produtos frescos do Brasil, com 80 lojas em quatro estados. O gerente de M&A da Apex Partners, Pedro Henrique Zordan, acredita que a empresa não será vendida pelo mesmo valor de 2021 por causa da alta dos juros. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Aumento. A Vports, antiga Codesa, anunciou um reajuste de 1.600% na taxa cobrada para navios que acessam o Porto de Vitória. A mudança no valor, que saltou de R$ 1.103,50 para R$ 18.729,65, foi justificada pelo uso do VTMIS, sistema de gestão e monitoramento — o Espírito Santo é o único do país a contar com a tecnologia. (Tribuna Online)
Comparação. No Rio de Janeiro, são cobrados valores entre R$ 2.766,25 e R$ 17.291,00, a depender do tamanho e do peso das embarcações. Na Bahia, a cobrança é feita por movimentação — R$ 3,99 por cada tonelada carregada ou descarregada. (Tribuna Online)
Reação. Empresas que atuam nas atividades portuárias criticaram o aumento. Nos bastidores, afirmaram que a decisão pode levar cargas para estados vizinhos e encarecer produtos como trigo e malte, afetando diretamente a fabricação de pão e cerveja. (Tribuna Online)
Prazo. A Vports submeteu o reajuste à análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que tem até o dia 17 de maio para decidir. Até lá, o aumento, que valeria a partir desta semana, ficará suspenso. (Tribuna Online)
Folha Business
Regularização. O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) promete dar início, nas próximas semanas, à elaboração do Programa de Regularização Ambiental (PRA) das propriedades rurais capixabas. Executado pela consultoria Agroícone, com o apoio da Fundação Renova, o programa terá a participação de órgãos públicos e da sociedade civil. (Coluna Agro Business, Folha Business)
Investimento. Após inaugurar um condomínio logístico em Viana, o grupo Heringer planeja uma área para imóveis residenciais e comerciais na região de Xuri, em Vila Velha. O masterplan terá mais de quatro milhões de metros quadrados, podendo abrigar até mesmo galpões logísticos. (Gazeta)
Exportação. Outra meta do grupo é implantar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no município, garantindo benefícios tributários para projetos industriais instalados na região. A empresa agora busca atualizar o projeto apresentado ao governo federal há oito anos. (Gazeta)
Em tempo: embora sejam um recurso muito utilizado em todo o mundo — somente na China há mais de 200 zonas de exportação —, as ZPEs pouco caminharam no Brasil. Segundo o governo federal, atualmente há apenas 11 zonas ativas. (Ministério da Economia)
Em 2021, na tentativa de simplificar o processo para criação das ZPEs, o governo federal editou uma Medida Provisória que resultou em um novo marco regulatório. O texto foi sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro. (Senado)
Energia. O Brasil entrou pela primeira vez na lista dos dez países com maior potência instalada de geração fotovoltaica. Com 24 gigawatts (GW) de potência operacional solar, o Brasil assumiu a oitava colocação no ranking. (Folha Vitória)
Bolsa. O Ibovespa fechou o dia praticamente estável, com alta de 0,07%, aos 100.998 pontos. O dólar seguiu a mesma tendência, com alta de 0,05%, cotado a R$ 5,245. (Infomoney)
Disputa. Levantamento do Valor Data aponta que as 19 maiores empresas abertas do país questionam R$ 559 bilhões em tributos na Justiça. Na comparação com empresas internacionais, os litígios pesam 17 vezes mais para as companhias brasileiras, segundo estudo do CNJ em parceria com o Insper. (Valor Econômico)
Nos informes financeiros enviados ao mercado, empresas como Gerdau, Ambev e Grupo Pão de Açúcar têm mais de 90% do valor em disputa atrelado a questões fiscais. O maior vilão é o IPTU, com 25% dos processos mapeados pelo CNJ. (Valor Econômico)
Números. O Brasil tem hoje 39 mil normas tributárias em vigor. Desde a promulgação da Constituição, em 1988, 466 mil normas foram editadas — o equivalente a 37 mudanças tributárias por dia. (Valor Econômico)
Custo. Segundo o IBPT, cerca de 1,2% do faturamento bruto anual das empresas é gasto com acompanhamento de leis e obrigações acessórias. (Valor Econômico)
Política
Ampliação. A Câmara de Vereadores de Vitória discute nos bastidores a possível ampliação do número de cadeiras no Legislativo municipal. Os parlamentares vão decidir até o dia 10 de abril se apresentam ou não um projeto com essa finalidade. (Coluna De Olho no Poder, Folha Vitória)
Argumento. O presidente da Câmara, Leandro Piquet (Republicanos), afirma que a Constituição permite até 23 vereadores no município — que possui entre 300 mil e 450 mil habitantes. O impasse está no custo da estrutura de assessores e das verbas de gabinete. (Coluna De Olho no Poder, Folha Vitória)
Municípios. O prefeito de Ibatiba, Luciano Pingo, vai comandar a Amunes no biênio 2023-2025. Aliado do governador Renato Casagrande, o prefeito encabeça a única chapa registrada na eleição. (Gazeta)
Funcionalismo. O Espírito Santo tem o menor percentual da receita destinado ao pagamento de pessoal, segundo ranking elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Com 45,3% da receita destinada à folha do funcionalismo, o Estado está à frente de São Paulo (48,7%) e Alagoas (49%). (Poder 360)
Melhoria. Entre 2019 e 2021, o número de Estados acima do limite de gasto com pessoal caiu 72%, apontou o CLP. Apenas Acre, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte e Tocantins estavam com mais de 60% da receita comprometida com salários dos servidores. (Poder 360)
Adiado. Integrantes da cúpula do governo federal já dão como certo que a nova regra fiscal deve ser apresentada somente em abril. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou parte da proposta aos presidentes da Câmara e do Senado, mas o texto só será finalizado quando o presidente Lula retornar da viagem à China. (Poder 360)
Tenha um ótimo dia!
Rafael Porto,
Editor Apex News & Em Suma