Comércio exterior chega a US$ 2 bilhões no ES e avança 53% em janeiro
16 de fevereiro, sexta-feira
Comex. O comércio exterior cresceu 53,2% no Espírito Santo no mês de janeiro — frente ao mesmo período do ano anterior. O volume chegou a US$ 2 bilhões, impulsionado pelo avanço de 72% nas exportações (US$ 1,01 bilhão) e 37,8% nas importações (US$ 987 milhões). O saldo da balança comercial, isto é, a diferença entre exportações e importações, ficou positivo em US$ 23,4 milhões. (Coluna Mundo Business, por Ricardo Frizera, Folha Business)
As importações foram puxadas pela maior entrada de carros e aeronaves. Na comparação entre janeiro de 2023 e 2024, o valor bruto das aeronaves passou de US$ 42 milhões para US$ 143,9 milhões (+342%), enquanto o de automóveis foi de US$ 75,6 milhões para US$ 248,2 milhões (+328%).
Nas exportações, o maior impacto veio do minério de ferro e do petróleo: o produto comercializado pela Vale teve crescimento de 76%, passando de US$ 171,7 milhões em janeiro do ano passado para US$ 303,9 milhões no primeiro mês de 2024. Nas exportações de petróleo, o valor saltou de US$ 50,5 milhões para US$ 190 milhões (+376%) na mesma base de comparação.
Destinos. O principal comprador do Espírito Santo segue sendo os Estados Unidos, com US$ 339 milhões, seguido por Malásia (US$ 125 milhões) e Países Baixos (US$ 64 milhões). Os produtos importados vieram principalmente da China (US$ 295 milhões), dos EUA (US$ 130 milhões) e da Argentina (US$ 95 milhões).
FOLHA BUSINESS
Agro. As exportações de café também avançaram de forma expressiva no mês de janeiro: um salto de 313% na comparação com o ano anterior, segundo Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV). Foram enviadas 520 mil sacas de café, alcançando uma receita de US$ 84,3 milhões, a um preço médio de US$ 162,03 por saca. (Coluna Agro Business, por Stefany Sampaio, Folha Business)
Logística. O avanço do comércio atacadista segue impulsionando a economia capixaba e gerando investimentos em toda a cadeia produtiva. Um dos impactos mais evidentes é na criação de novos galpões de logística, essenciais para a atividade. Atualmente, 700 mil metros quadrados estão em construção, somando um investimento de R$ 2 bilhões. (Gazeta)
Aquisição. O plano de saúde MedSênior vai investir R$ 35 milhões na compra e reforma do Edifício Bressan, localizado em Vitória. O imóvel vai abrigar ambulatórios, áreas de oncologia, exames e cirurgias eletivas. A nova unidade deve começar a funcionar em outubro. (Gazeta)
Qualidade. O aeroporto de Vitória foi o mais bem avaliado do Brasil, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos. Com 4,72 pontos, em uma escala de zero a cinco, o terminal capixaba liderou a preferência dos passageiros no último trimestre de 2023. (Estadão)
BRASIL
Agro. O ciclo de supervalorização do preço da terra para cultivo agrícola foi interrompido. Se em três anos, entre 2020 e 2022, a valorização foi de 59,9%, em 2023, o aumento real nas terras usadas para cultivo foi de apenas 3,2%. O cálculo da S&P Global Commodity Insights já desconta a inflação medida pelo IGP-DI da FGV. (Estadão)
Entre os fatores que levaram a este cenário estão a supersafra de grãos, os juros ainda elevados e a queda na cotação das commodities no ano passado. (Estadão)
Já no caso das terras para pastagens houve avanço, em termos reais, de 12,9%. Entre 2020 e 2022, o crescimento havia sido de 42,7%. Para especialistas, uma das principais explicações para isso é a rentabilidade da safra agrícola, que sofreu uma queda exatamente pela supersafra - que joga os preços para baixo. (Estadão)
Reformulação. O governo federal deve rever o Proagro — programa de seguro rural bancado com subsídio da União. Os custos com o programa quase dobraram em um único ano, chegando a R$ 9,4 bilhões em 2023. (Folha)
O objetivo é enfrentar o aumento dos sinistros provocados pelos efeitos das mudanças climáticas nas lavouras e corrigir erros que podem estar levando a irregularidades e até mesmo fraudes. (Folha)
A área econômica criou uma força-tarefa para fazer um diagnóstico detalhado das razões por trás da trajetória explosiva dos custos com o Proagro, principalmente nos últimos dois anos. (Folha)
Técnicos avaliam que o cenário é de tempestade perfeita, por causa de uma combinação entre um desenho ultrapassado (o programa foi criado há 50 anos), conflitos de interesse e o impacto negativo das mudanças climáticas. (Folha)
Energia. A subvenção a fontes renováveis de energia elétrica no Brasil deve virar o principal subsídio a pesar sobre a tarifa paga pelos consumidores brasileiros neste ano, segundo a Aneel. (Folha)
Os descontos que projetos eólicos e solares recebem para usar os sistemas de transmissão e distribuição vão chegar a R$ 11,5 bilhões neste ano, acima dos R$ 10,7 bilhões orçados para a chamada "CCC", de combustíveis fósseis. (Folha)
Quando somado aos incentivos de até R$ 8,5 bilhões previstos para a geração distribuída de energia, o valor dos descontos aos grandes e pequenos projetos renováveis chegariam a R$ 20 bilhões, quase o dobro da CCC. (Folha)
Desenrola. O Ministério da Fazenda fechou uma parceria com o Serasa para ampliar a renegociação de dívidas. A plataforma do programa pode ser acessada pelo site ou aplicativo da instituição de crédito. (Globo)
Até o momento, 12 milhões de brasileiros foram beneficiados pelo Desenrola, que termina no próximo dia 31 de março. (Globo)
Bolsa. O Ibovespa fechou a sessão com alta de 0,62%, aos 127.804 pontos. O índice foi impulsionado pelo mercado externo, sobretudo com os resultados do petróleo que também registrou alta. (InfoMoney)
O dólar, por sua vez, registrou leve queda de 0,08%, cotado a R$ 4,9687. (InfoMoney)
POLÍTICA
Impasse. O embate do Congresso Nacional com o governo federal por conta das emendas parlamentares deve ter um desfecho desfavorável para o Executivo. Parlamentares estão inclinados a derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão no Orçamento de 2024. (Estadão)
Os líderes parlamentares com assento na Comissão Mista de Orçamento (CMO) se reúnem na próxima terça-feira (20) para discutir o tema. A possibilidade de derrubada do veto foi ventilada pelo relator da peça orçamentária, deputado Luiz Carlos Motta. (Estadão)
O veto de Lula teria desrespeitado as negociações feitas pelo Congresso com o Palácio do Planalto, gerando “frustrações” e “instabilidades”. (Estadão)
Sucessão. A reunião para decidir o futuro comandante da Vale terminou sem um consenso entre os membros do conselho de administração. A votação culminou em um empate. (Valor)
Na pauta, havia a opção de reconduzir o atual CEO, Eduardo Bartolomeo, ou de abrir processo competitivo para selecionar um executivo a partir de uma lista, com Bartolomeo nela. (Valor)
O desfecho da reunião confirma um “racha” no colegiado. De um lado estão conselheiros favoráveis à recondução do atual CEO. De outro, figuram os que preferem a abertura de um processo competitivo para selecionar um novo presidente. (Valor)
Tenha um ótimo dia!
Rafael Porto, editor