Recuperação. O comércio exterior segue em ritmo acelerado no Espírito Santo. Em 2023, a corrente de comércio, que considera a soma das importações e exportações, chegou à marca de US$ 19,3 bilhões, o melhor resultado desde 2012 — quando o montante foi de US$ 20,2 bilhões. (Coluna Mundo Business, por Ricardo Frizera, Folha Business)
Consistência. Embora represente uma variação de 3,7% em relação ao ano anterior, a corrente de comércio avançou pelo quarto ano consecutivo no Espírito Santo. Na comparação com 2019, quando registrou US$ 5,38 bilhões, o salto é de 258%.
Comparação. O resultado capixaba veio acima da média nacional em todos os comparativos percentuais. A corrente de comércio nacional recuou 4,3% em 2023. (MDIC)
Desempenho. Na comparação entre importações e exportações, o Espírito Santo também se destacou. A venda de produtos para o mercado externo cresceu 4,17%, acima da média nacional (1,7%). Nas importações, o estado avançou 3,34%, frente a um recuo de 11,7% do país. (IJSN)
Os municípios com maior contribuição para a corrente de comércio foram Serra (US$ 2,4 bilhões), Vitória (US$ 2,1 bilhões), Anchieta (US$ 1,4 bilhão), Aracruz (US$ 1,2 bilhão) e Vila Velha (US$ 609 milhões).
FOLHA BUSINESS
Ainda sobre comércio exterior, as exportações de café pelo Espírito Santo superaram a marca de US$ 739 milhões, o equivalente a R$ 3,6 bilhões na cotação atual. Ao todo, o estado exportou 4,7 milhões de sacas. No país, foram 39,2 milhões de sacas vendidas ao mercado externo, resultando em US$ 8 bilhões. O Cecafé prevê um ano positivo para os produtores de conilon e robusta. (Coluna Agro Business, por Stefany Sampaio, Folha Business)
Cancelado. O aeroporto de Vitória não terá mesmo voos diretos para o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a partir de abril. A decisão da Latam foi anunciada dois meses após o Ministério dos Portos e Aeroportos recuar da decisão de limitar os voos capixabas em direção ao Rio. O Espírito Santo terá conexão direta apenas com o Galeão. (Folha Vitória)
Mudança. De olho no mercado de capitais, o Grupo Águia Branca criou a VIXPar. A marca concentrará todos os negócios da divisão de logística da empresa: VIX, Autoport, Servicarga, Let's, EBEC, V1 e VIVA. A ideia é melhorar a comunicação com parceiros, investidores e a sociedade. (Gazeta)
Em tempo: o negócio de logística hoje representa 52% do faturamento do Grupo Águia Branca.
Trava. O secretário Especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, promete vir ao Espírito Santo em fevereiro para tratar sobre as áreas alfandegadas e outros gargalos percebidos pelas empresas de comércio exterior. Barreirinhas vem sendo pressionado pelo governador e pela bancada federal capixaba sobre os atrasos provocados pelas decisões recentes da Receita — que retiram parte da autonomia da autoridade alfandegária no Espírito Santo. (Gazeta)
BRASIL
Saída. Pela primeira vez em uma década, o Brasil não figura entre os dez países ou territórios que os líderes globais consideram estratégicos para o crescimento de suas organizações em 2024. A informação consta na 27ª Pesquisa Global com CEOs (Global CEO Survey), organizada pela consultoria e auditoria PwC. (Valor)
Em apenas um ano, o país recuou quatro posições no ranking de fontes estratégicas de crescimento para os CEOs globais, caindo para a 14ª colocação. Em 2014, estava na quarta posição. A melhor posição do Brasil foi o terceiro lugar nas pesquisas de 2011, 2012 e 2013. (Valor)
Ainda assim, a PwC Brasil aponta que o país possui potencial como protagonista na transição para uma economia verde e em áreas como produção de alimentos e transição energética, além de oportunidades nos realinhamentos de cadeias produtivas e investimentos em infraestrutura. (Valor)
Fique de olho. O Fórum Econômico Mundial começou ontem em Davos, na Suíça. Guerras, mudanças climáticas e os caminhos para o crescimento diante da Inteligência Artificial estão entre as linhas mestras do que será discutido na reunião anual. (Valor)
A pesquisa da PwC, aliás, foi apresentada no Fórum, que traça a rota dos debates que guiarão organismos internacionais como G7, G20 e os Brics durante todo o ano. (Valor)
Empregos. O FMI prevê que a inteligência artificial afetará quase 40% dos empregos globais, com maior exposição das economias avançadas do que de mercados emergentes e países de baixa renda. (Valor)
Para o Fundo, na maioria dos cenários, a IA irá provavelmente agravar a desigualdade geral. A maior produtividade dos trabalhadores com rendimentos elevados e das empresas aumentaria os retornos de capital, aumentando a disparidade de riqueza. (Valor)
Bolsa. O Ibovespa registrou alta de 0,41%, fechando a sessão aos 131.520 mil pontos. O dia ainda foi de pouca liquidez no mercado – menos de 1 milhão de negócios, algo que não acontecia desde o último e esvaziado pregão de 2023. (InfoMoney)
O dólar teve leve alta de 0,18%, cotado a R$ 4,865. (InfoMoney)
No Mar Vermelho, os conflitos se intensificam. Rebeldes aliados ao Irã e ao Hamas no Iêmen atingiram um navio mercante americano com um míssil e declararam guerra a todas as embarcações de Washington. (Folha)
Risco. A situação do Oriente Médio pode impactar o Brasil a partir de fevereiro. Entre as preocupações do mercado estão a alta dos fretes, atrasos na chegada dos navios e a falta de contêineres. (Valor)
Os ataques impactam diretamente o acesso ao Canal de Suez e têm levado empresas de navegação a desviar os navios que vão para Europa e Estados Unidos para uma rota alternativa, pelo sul da África — trajeto mais demorado e caro. (Valor)
POLÍTICA
Contas. Um eventual estouro da meta de déficit zero em 2024 pode tirar até R$ 16,2 bilhões do espaço fiscal do governo federal em 2026, ano de disputa presidencial. (Folha)
O redutor de despesa está previsto no novo arcabouço fiscal. A medida serve de punição para caso de descumprimento da meta estabelecida em lei. (Folha)
Essa previsão está por trás do debate dentro do governo em torno da flexibilização da meta perseguida para as contas públicas em 2024. (Folha)
A tese é de que, sem uma mudança na meta, a concretização desse cenário vai disparar gatilhos de contenção de gastos em 2025 e 2026. As punições mais duras, que progressivamente limitarão o espaço fiscal. (Folha)
Taxa. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) elaborou um estudo apontando que a tributação das compras de valor inferior a US$ 50 em sites estrangeiros pode gerar uma arrecadação maior do que a projetada pelo governo. (Estadão)
Os cálculos da federação giram em torno de R$ 14,6 bilhões, no cenário mais negativo, e R$ 19,1 bilhões, no mais positivo, o suficiente para compensar a desoneração da folha de pagamentos. (Estadão)
A base do estudo está na projeção feita pela Receita Federal no ano passado, aplicando a alíquota de 28% sobre os produtos. Em virtude de uma esperada queda nas compras, em decorrência da aplicação da tributação hoje zerada, a Receita estimou uma arrecadação de R$ 2,8 bilhões (em caso de 30% de queda nas compras). (Estadão)
Tenha um ótimo dia!
Rafael Porto, editor