Justiça adia data de desbloqueio de ferrovia em Aracruz; Prejuízos chegam a R$ 40 milhões
09 de outubro, segunda-feira
Impasse. A Justiça Federal adiou a data de desbloqueio do ramal da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Ocupada desde o dia 17 de setembro por indígenas, a ferrovia deveria ser liberada nesta segunda-feira, em ação da Polícia Federal com apoio da Polícia Militar. Após recurso do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, a Justiça estendeu o prazo até o dia 24 de outubro. (Gazeta)
Impacto. Cada dia de paralisação causa prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão para a economia capixaba, segundo cálculo da Findes. Os dados levam em conta toda a cadeia produtiva da região de Aracruz, incluindo grandes empresas e pequenos fornecedores. Nos últimos 12 meses, os bloqueios de rodovias e ferrovias na região provocaram perdas de R$ 40 milhões. (Coluna Agro Business, por Stefany Sampaio, Folha Business)
Repúdio. Na última semana, o Fórum de Entidades e Federações (FEF) — entidade que congrega Findes, Fecomércio, Fetransportes, Faes e Espírito Santo em Ação — emitiu nota de repúdio contra a paralisação. Segundo o FEF, a insegurança jurídica afeta projetos de expansão das empresas locais e afasta novos investidores. (Coluna Agro Business, por Stefany Sampaio, Folha Business)
Vale lembrar: o município de Aracruz está localizado na área da Sudene e vai abrigar a primeira Zona de Processamento de Exportação privada do país. A região Norte do Espírito Santo vai receber, até 2027, R$ 42 bilhões em investimentos. Para o FEF, os conflitos recentes podem colocar em risco uma "janela de oportunidades". (Coluna Agro Business, por Stefany Sampaio, Folha Business)
FOLHA BUSINESS
Inovação. A Serra vai ganhar um novo hub de inovação. A Casa do Empresário, projeto construído pela Ases — associação que integra a rede empresarial do ES em Ação —, promete fortalecer conexões e negócios no município. O espaço, erguido em um terreno de cinco mil metros quadrados, recebeu investimento de R$ 1 milhão. (Coluna Mundo Business, por Ricardo Frizera, Folha Business)
Atração. O objetivo da Ases é estimular interações entre os atores do ecossistema e atrair de 50 a 100 startups ainda no primeiro ano de operação. As primeiras parcerias foram firmadas com a Fecomércio e com o Sebrae — que vai oferecer capacitações de acordo com as necessidades das empresas locais. (Coluna Mundo Business, por Ricardo Frizera, Folha Business)
Exportação. A capixaba Superia, especializada em comércio internacional de rochas e tecidos, cresceu 175% nos últimos três anos. A operação no Espírito Santo e em Santa Catarina deve render à empresa uma receita anual de US$ 590 milhões em 2025. E a empresa quer mais: de olho na oferta de novos serviços ligados ao comércio exterior, a Superia não descarta realizar aquisições nos próximos anos. (Coluna Mundo Business, por Ricardo Frizera, Folha Business)
Veículos. O Grupo Águia Branca planeja instalar "condomínios de concessionárias" em pelo menos quatro municípios capixabas. Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus receberão lojas com diferentes marcas em um mesmo espaço, modelo que já funciona em algumas regiões do Brasil. Até o momento, a chinesa BYD e a empresa de assinatura GoDrive estão confirmadas nos futuros condomínios. (Coluna Mundo Business, por Ricardo Frizera, Folha Business)
Empregos. O saldo de empregos formais no setor atacadista cresceu 30% nos primeiros sete meses deste ano. Até julho, o setor abriu 3.584 vagas com carteira assinada no Espírito Santo. Os dados estão no relatório econômico Atacado em Perspectiva, publicado pelo Sincades. (Folha Vitória)
Imóveis. O Parque das Castanheiras, região da Praia da Costa conhecida por suas ruas arborizadas e serviços de gastronomia, deve receber uma nova onda de lançamentos. Redescoberta pelo mercado imobiliário, a região abrigará projetos de luxo, em razão das áreas escassas para construção. (Gazeta)
Alternativa. Pesquisadores da USP e do Incaper avaliam os efeitos positivos do uso de biofertilizantes na produção de soja e café. O insumo é produzido pela capixaba Litho Plant e vem se apresentando como uma alternativa ao uso de fertilizantes minerais na lavoura. (Coluna Agro Business, por Stefany Sampaio, Folha Business)
Pressão. Após ser informado pelo vice-governador Ricardo Ferraço e por representantes da bancada federal capixaba sobre a redução de voos entre Vitória e Rio de Janeiro, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, prometeu estudar o assunto. Um grupo de trabalho será criado para buscar uma solução que não prejudique os capixabas. (Gazeta)
BRASIL
Combustível. O preço da gasolina nas bombas chegou a R$ 5,77 na primeira semana de outubro. O valor é 0,52% inferior à semana anterior. Na ocasião, o preço estava em R$ 5,80, segundo a ANP. (Globo)
Apesar disso, a Abicom aponta que o preço da gasolina no Brasil está acima do mercado internacional. A Petrobras não reajusta o preço desse combustível há 52 dias, depois de uma alta de 16,2% em agosto. (Estadão)
O preço do diesel S10, menos poluente e mais consumido no Brasil, ficou estável pela segunda semana, registrando média de R$ 6,22 por litro. Embora os impostos federais sobre o combustível tenham sido ampliados nesta semana, a maior oferta no mercado internacional impediu o encarecimento do produto final. (Folha)
Etanol. A previsão de aumento do mercado para o combustível está gerando um movimento de abertura de novas usinas de etanol. O movimento não era visto há pelo menos dez anos. Há, principalmente, operações que farão o combustível com uso do milho. (Estadão)
No país, atualmente, há 22 plantas de etanol de milho homologadas pela ANP e pelo menos mais seis estão com pedidos protocolados. (Estadão)
Energia. O Brasil lidera o ranking que mede o peso da conta de luz no bolso dos consumidores locais. Em média, o brasileiro compromete 4,54% da sua geração de riqueza anual com o pagamento da tarifa residencial. O levantamento é realizado pela Abrace e analisa a situação dos 33 países que compõem a OCDE. (Folha)
O valor é bem acima do apurado para nações europeias, como Espanha (2,85%) e Alemanha (1,72%). O resultado brasileiro também fica distante do identificado em economias emergentes, como Chile (2,65%) e Costa Rica (2,76%). (Folha)
Em tempo: o ONS projetou que os reservatórios de hidrelétricas no Sul devem receber chuvas equivalentes a 252% da média histórica em outubro. Há uma semana a previsão era de 188%. A previsão para o nível de armazenamento dos lagos do subsistema Sudeste/Centro-Oeste também aumentou de 66,5% para 67,2%. (Folha)
Poupança. A caderneta de poupança teve em setembro o terceiro mês seguido de saques líquidos, segundo o Banco Central. A retirada líquida foi de R$ 5,83 bilhões em setembro, contra saques de R$ 10,07 bilhões no mês anterior. (Folha)
Neste ano, o mês de junho foi o único a apresentar depósitos líquidos na poupança. (Folha)
INTERNACIONAL
Ataque. O grupo palestino extremista Hamas realizou um ataque a Israel no último sábado. Até o fechamento desta edição, o conflito já causou mais de 1.100 mortes. Cerca de dois mil foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que extremistas infiltrados em cidades israelenses promoveram ações coordenadas — o governo estima que mais de 100 reféns estejam em poder do Hamas. (Poder 360)
Resposta. O governo de Israel declarou guerra ao grupo e vem realizando contraofensivas desde então. Cerca de 800 alvos em Gaza já foram destruídos, incluindo algumas plataformas de lançamento usadas pelo Hamas. (O Globo)
Repercussão. Países como Estados Unidos e França condenaram os ataques, enquanto o Irã e a organização xiita Hezbollah, do Líbano, celebraram a investida do Hamas. (Poder 360)
O presidente Lula classificou a ação como um "ataque terrorista". O Ministério da Defesa utilizará seis aviões, equipados com médicos e psicólogos, para resgatar brasileiros nas zonas de conflito. (Folha Vitória)
Até o momento, mil brasileiros já procuraram a embaixada em Tel Aviv para tentar a repatriação. (O Globo)
Números. Cerca de 14 mil brasileiros vivem em Israel e seis mil na Palestina, mas a maioria está fora das áreas afetadas pelos ataques. No que se sabe até agora, três estão desaparecidos e um está ferido. (Estadão)
Emergência. O Brasil assumiu, no início de outubro, a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Itamaraty convocou uma reunião de emergência para tratar do conflito. (Poder 360)
Histórico. Israel e Palestina reivindicam a posse do território de Israel há décadas. O Hamas, sigla árabe para "Movimento de Resistência Islâmica", é classificado como grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e Europa. O grupo governa a Faixa de Gaza desde 2007 e não reconhece Israel como Estado. (Poder 360)
POLÍTICA
Super-ricos. O relator do projeto sobre taxação dos fundos de alta renda, deputado Pedro Paulo, estuda mudanças em seu parecer. O objetivo é “calibrar” o texto após demandas do Ministério da Fazenda e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). (Estadão)
A equipe econômica teria pedido para antecipar a primeira arrecadação relativa aos fundos offshores, passando de maio de 2024 para dezembro de 2023. A ideia é receber pelo menos uma entrada de 20% dos valores ainda neste ano. (Estadão)
Já a bancada ruralista quer reduzir o número mínimo de cotistas para que possa ser formado um Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). O mesmo pleito é feito por setores econômicos no caso dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII). (Estadão)
Corrida. O Congresso Nacional está na fase final de tramitação para aprovar a prorrogação até 2028 de incentivos fiscais concedidos a empresas que atuam nas áreas da Sudam e Sudene. Os parlamentares também querem incluir a Sudeco no texto. (Folha)
As desonerações de impostos a projetos das regiões Norte e Nordeste para 2023 foram estimadas em R$ 14,5 bilhões. O atual programa de incentivos vence em 31 de dezembro. (Folha)
Carbono. O governo negocia com a bancada ruralista na Câmara dos Deputados para conseguir incluir a agropecuária no projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. (Globo)
Por pressão da bancada, o Senado aprovou um texto que prevê limites individuais de emissões, mas sem a participação do agro. Os parlamentares alegaram que há um temor de aumento de custos e perda de competitividade no mercado, sem contar as dificuldades de verificação das emissões. (Globo)
Apoio. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse ser favorável ao projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional para flexibilizar o cumprimento do piso constitucional da Saúde em 2023. Segundo ela, o texto daria mais recursos à área sem prejudicar outros setores do governo. (Folha)
Tenha um bom dia e uma ótima semana!
Rafael Porto, editor