Kora Saúde vai vender R$ 700 milhões em imóveis para reforçar caixa; Cooabriel planeja expansão e estuda até abertura de farmácias
Resumo dos jornais desta terça-feira (21)
Equilíbrio. Com um histórico de crescimento agressivo nos últimos anos, a Kora Saúde, dona da Rede Meridional, vai vender R$ 700 milhões em ativos imobiliários para desalavancar a empresa. Hoje proprietária de 17 hospitais, a Kora teve o rating de crédito rebaixado pela agência de classificação de risco Fitch. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Motivos. A agência Fitch apontou questões no fluxo de caixa, decorrente das despesas geradas pela alta da taxa básica de juros. O CEO da Kora, Antônio Benjamim Neto, sinalizou que a questão é "totalmente saneável" e passa por um freio no ritmo de aquisições. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Estratégia. A Kora planeja vender parte dos imóveis que hoje ocupa e pagar aluguel, gerando caixa positivo para chegar ao fim do ano dentro do patamar de EBITDA esperado para o setor. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Benjamin Neto deu entrevista exclusiva para a coluna e detalhou as exceções que marcaram o mercado de saúde em 2022. O CEO acredita que "o pior já passou" e projeta novas aquisições para 2024. (Coluna Mundo Business, Folha Business)
Expansão. Com faturamento de R$ 1,8 bilhão no ano passado e crescimento de 110% entre 2020 e 2022, a Cooabriel agora mira novos mercados. A cooperativa, especializada em café, estuda fazer o beneficiamento de açaí, cacau e construir um frigorífico para viabilizar a venda de tilápia. (Gazeta)
No momento, a principal aposta para a expansão é nas lojas de insumos. Atualmente, são 16 unidades, distribuídas no Espírito Santo e na Bahia, e que devem chegar a um faturamento de R$ 550 milhões. (Gazeta)
No rol de opções, até mesmo supermercados e farmácias estão em análise pela Cooabriel. (Gazeta)
Folha Business
Burocracia. O Brasil melhorou seu desempenho no Índice de Burocracia da América Latina, aponta o Centro Latino-Americano da Rede Atlas. As novas leis de governo digital, liberdade econômica e melhoria do ambiente de negócios, aprovadas de 2018 para cá, reduziram para 180 horas o total de tempo gasto pelas micro e pequenas empresas para pagamento de impostos. Na América Latina, a média é de 548 horas anuais. (Coluna Data Business, Folha Business)
Custo. O PIB do agronegócio brasileiro recuou 4,22% no ano passado, após ter alcançado recordes em 2020 e 2021. A projeção foi calculada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). A principal explicação é a forte alta dos custos, provocada pelos insumos da agropecuária e das agroindústrias. (Coluna Agro Business, Folha Business)
Obras. A Eco101 adiou mais uma vez a conclusão das obras de reconstrução do quilômetro 71 da BR 101, em São Mateus. A reparação do trecho, inicialmente prevista para fevereiro, ficou para abril deste ano. (Gazeta)
Logística. O Via Brasil Park lança hoje, em Viana, um condomínio logístico de dois milhões de metros quadrados. O investimento de R$ 50 milhões vai resultar em 91 lotes, com valor geral de venda de R$ 200 milhões. (Gazeta)
Bolsa. O Brasil seguiu na contramão do mercado internacional e o Ibovespa fechou em queda de 1,04%, aos 100.922 pontos. O desempenho do principal índice da Bolsa refletiu a reação do mercado às declarações do presidente Lula. Em evento público, o petista afirmou que a saúde "não pode ser refém do teto de gastos" e que os livros de economia "estão errados". (Infomoney)
Panos quentes. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), tentou dar pistas positivas sobre o projeto que vai substituir o teto de gastos. Em evento realizado em São Paulo, Tebet afirmou que o arcabouço vai agradar o Congresso e priorizar os mais pobres no Orçamento. (Infomoney)
O dólar seguiu a tendência global e perdeu força frente ao real. A moeda teve queda de 0,52%, negociado a R$ 5,242. (Infomoney)
Paralisação. Após dois anos de paradas forçadas por falta de componentes, as indústrias automotivas do Brasil anunciaram uma nova interrupção. Desta vez, o motivo é outro: a falta de consumidores. A combinação de desaceleração do PIB, inflação e juros altos frustrou a expectativa de retomada do setor. (Folha Vitória)
Pelo menos três grandes companhias — GM, Hyundai e Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroen — vão suspender linhas de produção e dar férias coletivas aos funcionários. (Folha Vitória)
Por falar em juros, o vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2001, professor Joseph Stiglitz, afirmou que a taxa básica de juros do Brasil hoje é "chocante" e equivale a uma "pena de morte" para qualquer economia. (Folha Vitória)
O economista é um dos críticos da política monetária que usa juros para conter a inflação sem observar os impactos sobre os investimentos. (Folha Vitória)
Estabilidade. Diante das incertezas no setor bancário nos Estados Unidos e na Europa, especialistas dão quase como certa a manutenção da taxa Selic em 13,75% na reunião do Copom que será realizada amanhã. (Valor Econômico)
Ritmo. O nível de atividade da indústria de construção voltou a ficar abaixo dos 50 pontos no mês de fevereiro, segundo a CNI. Apesar da queda na série, o indicador ficou acima da média histórica para o mês, mostrando que o setor segue com patamar elevado de atividade. (Folha Vitória)
Renda. Pesquisa realizada pela Zetra revelou que 58% dos brasileiros não possuem renda suficiente para bancar todas as despesas do mês. E o pior: 84% dos trabalhadores não possuem uma reserva de emergência que supere R$ 10 mil. (Folha Vitória)
Política
Consignado. Depois de tentar forçar uma baixa dos juros na "canetada" e ver os bancos suspenderem as linhas de empréstimo consignado para aposentados, o governo federal voltou atrás. Em reunião dos ministros da Previdência, da Casa Civil e do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o governo decidiu adotar um meio-termo, que pode chegar a 2% de juros. (Folha Vitória)
Relembrando: na última semana, a taxa de juros caiu de 2,14% para 1,70% por decisão do Conselho Nacional de Previdência Social, o que provocou a reação imediata dos bancos públicos e privados. (Folha Vitória)
Apoio. A reforma tributária proposta pelo governo Lula ganhou um defensor improvável. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), opositor declarado do governo federal, se disse "totalmente favorável" à proposta de reforma atual e defendeu a simplificação do sistema tributário. (Folha Vitória)
Serviços. Cálculos de advogados tributaristas apontam que o setor de serviços deve ser o grande impactado pela reforma tributária. Em algumas projeções, a alíquota unificada de 25% pode representar um aumento de até 210% nos impostos pagos. (Poder 360)
Vale lembrar: o setor de serviços representa 70,9% do PIB nacional. (Poder 360)
Tenha uma boa leitura e um ótimo dia!
Rafael Porto,
Editor Apex News & Em Suma